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Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll


Esse livro tem 108 páginas e a minha nota para ele foi 2,5/5.

Por medo de soltar spoilers eu não falo do enredo do livro, mas você pode ler a sinopse aqui.

Li esse livro há tanto tempo que nem lembrava mais da história, então hoje mesmo resolvi relê-lo e fazer um histórico de leituras no Skoob. O resultado disso foi bastante inusitado pois eu estava achando que ia amar a história, mas não foi o que aconteceu. 

Nos dois primeiros capítulos eu me encantei pela narrativa com doses certas de humor, ironia e ingenuidade da pequena Alice. Ela se mostra uma garotinha muito curiosa sobre tudo e também bastante preocupada com as pessoas (a parte que ela não joga o pote de geleia fora com medo de cair na cabeça de alguém ). Também gostei do fato de haver um narrador fixo mas, em alguns momentos, ser a própria Alice que narra a história. 

"Normalmente, ela se dava bons conselhos (embora raramente os seguisse) e às vezes repreendia-se tão severamente que chegava a ficar com lágrimas nos olhos, e uma vez ainda lembrava-se de ter tentado boxear suas próprias orelhas por ter trapaceado consigo mesma em um jogo de críquete que jogava com ela mesma, pois é... Essa curiosa criança gostava de ser duas pessoas."

Daqui pra frente eu meio que só tenho coisas negativas pra dizer do livro, o que pode ser bastante estranho porque sei que a maioria das pessoas amam a obra tão famosa de Lewis Carroll. Sorry.

Nos próximos capítulos eu definitivamente peguei ranço da Alice. Pra mim, ela mudou completamente. O fato de ela não entender coisas simples, como: não posso falar da minha gata que devora ratos para, bom, um rato. Isso me irritava profundamente, mesmo eu sabendo que não é algo que se deve dar tanta importância. Acho que estava me sentindo muito crítica quando o li. Mas, pra não falar só de coisas ruins mesmo, achei esse quote fofinho:

"Quando eu lia contos de fadas, ficava imaginando que esse tipo de coisa nunca acontece e agora estou aqui no meio de um! Deveria haver um livro escrito sobre mim, deveria sim! E quando eu crescer, eu vou escrever um..."

No meio de várias páginas entediantes e com situações completamente nonsenses que, embora eu saiba que era a intenção, me irritavam demais, acabei encontrando uma reflexão bacana sobre identidade e o quão difícil é saber quem realmente somos quando tudo está mudando. Alice não parava de crescer e diminuir e, após tantas mudanças, ela já nem sabia mais quem era. Não sei se o livro teve a intenção de propor essa reflexão ou se foi coisa da minha cabeça mesmo, porque eu sei que Lewis nunca quis criar um livro cheio de críticas sobre a sociedade e reflexões sobre a vida, ele apenas criou essa história para entreter crianças. Fica aí a dúvida no ar, então.

Outra coisa que me incomodou foi o fato de não ter gostado dos personagens que eu amei quando assisti ao filme do Tim Burton. Eu sei que o filme só se inspirou no livro e as histórias em si acabam sendo bastante diferentes, mas o Chapeleiro Maluco, o Gato de Cheshire, a Lagarta Azul e a Lebre de Março se tornaram desinteressantes no livro, sendo que eu os amei no filme. Inclusive, achei simplesmente inaceitável o Chapeleiro Maluco xingar a Alice de imbecil no livro. A leitura, por mais que não me agradasse, estava sendo leve, e aí DO NADA acontece isso. Achei ofensivo.


Agora, sobre as aventuras de Alice... ai, sei nem o que dizer direito, rs. Em alguns capítulos eu apenas achava tudo meio chatinho, mas em outros eu simplesmente não entendia nada. Zero. Nulo. Era como se o Lewis tivesse colocado o corretor pra escrever a história e várias palavras aleatórias foram surgindo. Eu juro que tentei gostar, mas como fazer isso se eu nem conseguia entender o que tava lendo? O que foi aquela história da Falsa Tartaruga? Lewis, com todo o respeito, devia estar muito doidão quando escreveu esse livro.

Enfim, final do livro. Eu queria muito ter entendido gostado das aventuras da Alice no País das Maravilhas. Alice é uma criança cheia de imaginação que sonhou com um mundo totalmente diferente do dela, isso é fato e deve ser valorizado, mas acho que é importante reconhecer que talvez eu, por já não ser mais criança, tenha perdido um pouco da minha capacidade de imaginação e, por isso, acabei gostando tão pouco dessa obra.

Fiquei completamente decepcionada por perceber que um dos livros preferidos da Mel do Serendipity (minha blogueira e booktuber preferida) foi um dos livros que eu mais detestei ler. Mas eu preciso sempre ser sincera comigo mesma e, mesmo não querendo que fosse assim, não posso fingir ter gostado, né?

Bom, e assim termina a primeira resenha desse blog. Fiquem a vontade para devanearem nos comentários. 
Xoxo
 

3 comentários:

  1. Oi Mis, que pena você não ter gostado e ter achado tão monótono. Até hoje não li essa história, mas era um clássico que sempre tive vontade de ler. Fiquei meio desanimada depois da sua resenha, confesso, kkkkk. Mas quem sabe no futuro eu encaro né? Beijo

    Mila
    www.sharingbooks.com.br

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    1. Hahahaha desculpa por isso, Mila. Talvez você acabe gostando, né? Apesar de tudo, é um clássico que encanta milhares de pessoas (principalmente crianças) há séculos. <3

      Beijão!

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  2. Sabe que nunca gostei muito de Alice no País das Maravilhas? Hahahah
    Eu não curto mundo muito fantasioso igual o dela é.
    Que pena que você não gostou muito do livro e não sabia que era um dos favoritos da Mel!

    Beijos
    http://orangelily.com.br/

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